A esteganografia é a arte de esconder informações confidenciais em meios aparentemente inofensivos, como imagens, áudios, vídeos e até mesmo textos. O termo deriva do grego, em que estegano significa “esconder ou mascarar”, e grafia, “escrita”.
Muitas técnicas esteganográficas, por exemplo, escondem dados dentro de arquivos. Seu principal objetivo é que esses dados não sejam percebidos por terceiros; ou seja, a presença de mensagens escondidas dentro de arquivos é simplesmente desconhecida [ARTZ 2001]. Somente o receptor da mensagem tem conhecimento de sua existência, assim como da maneira como extraí-la.
A esteganografia não é uma área nova: muitas técnicas desta área são conhecidas há milhares de anos. Na Grécia Antiga, por exemplo, tabletes de madeira cobertos com cera eram utilizados para escrita e comunicação - as informações eram escritas na cera, e quando elas não eram mais necessárias, a cera era derretida e uma nova camada era colocada sobre a madeira. Para esconder mensagens, utilizava-se um método que consistia em escrever essas mensagens na madeira e, uma vez que a madeira fosse coberta por uma camada de cera, não seria possível saber da existência de tais mensagens [PETRI 2004].
Outro método antigo foi atribuído ao general Histiaeus, também na Grécia Antiga. Seu método baseava-se em raspar a cabelo de um escravo e tatuar uma mensagem em sua cabeça. Uma vez que o cabelo já estivesse grande o suficiente para camuflar essa mensagem, o escravo era enviado ao destinatário para que a mensagem pudesse ser entregue [GIL et al. 2008].
O termo “esteganografia” só ficou conhecido no século XV, quando o monge Johannes Trithemius (Figura 1) publicou o livro Steganographia, escrito em três volumes. Na época em que foi publicado, acreditava-se que esse livro tinha como assunto principal magias, espíritos, entre outros. Porém, mais tarde, a “chave” para a decodificação do livro foi identificada, e descobriu-se que, na verdade, o livro falava sobre esteganografia e criptografia, detalhando várias técnicas destinadas a enviar mensagens sem que elas fossem percebidas [GIL et al. 2008].
Na Segunda Guerra Mundial, as tintas invisíveis começaram a ser utilizadas. As mensagens escritas por esse tipo de tinta só poderiam ser lidas se o papel fosse aquecido. Na mesma época, com o advento da fotografia, surgiram os chamados micropontos, onde as mensagens eram fotografadas e reduzidas ao tamanho de um ponto, para então serem enviadas [PETRI 2004].
Hoje em dia, a esteganografia digital vem sendo freqüentemente utilizada. Nela, meios digitais, como imagens, arquivos de áudio e a Internet, são usados para esconder mensagens secretas.
Fonte: <https://www.gta.ufrj.br/grad/09_1/versao-final/stegano>
Figura 1. Johannes Trithemius, considerado o pai da esteganografia.
Ao contrário do que pode parecer, esteganografia e criptografia são duas áreas com objetivos diferentes. Enquanto o segundo tem o propósito de impedir que as pessoas saibam o conteúdo de uma mensagem, o primeiro se baseia em evitar que as pessoas saibam que a mensagem existe. Ou seja, na criptografia, os receptores sabem da existência das mensagens, porém não conseguem, a princípio, lê-las; a esteganografia tenta fazer com que os receptores não percebam que há uma mensagem naquele meio [WAYNER 2002].
Quando se trata de segurança da informação, a criptografia é mais comumente usada. Porém, quando uma mensagem está criptografada, ela fica destacada por potencialmente possuir uma informação secreta e interessante. A vantagem da esteganografia está relacionada ao não-conhecimento da mensagem, o que evita que muitos ataques sejam realizados [KAWAGUCHI et al. 1999].
Para que a comunicação seja a mais privada possível, muitos combinam a esteganografia com a criptografia. Dessa forma, caso seja descoberto que a mensagem está camuflada, ainda existirá um novo obstáculo a ser superado para que ela possa ser lida.